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Depressão

  • Foto do escritor: asmpsicologia
    asmpsicologia
  • 9 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

O que dizer da dor que na maioria das vezes não pode ser dita? O que dizer da dor de ser incompreendido (a)? Uma dor que surge aparentemente do “nada” e que traz consigo um vazio imenso, indescritível e incomensurável, algo difícil de se compreender e mais ainda de se expressar.

Muitos evitam falar dela, a tratam com um certo julgamento e até desdém, há quem diga que ela não é para todas as pessoas e muito menos para todas as classe sociais, alguns a confundem somente com tristeza, apatia ou tédio. Mas a depressão não é uma simples tristeza, trata-se de uma melancolia profunda que pode causar dor, sofrimento e perdas, afinal ninguém escolhe ter depressão. Esta pode acometer pessoas de todas as classes sociais, de todos os sexos e idades, de todas as religiões e regiões.

Contudo, alguns defendem que a depressão está atrelada a “falta de fé”, “falta de ter o que fazer”, entre tantos outros mitos que circulam por ai, mas sinto em lhes informar que aqui estamos falando de um transtorno psiquiátrico, e estes estigmas nada tem de verdadeiros, aliás a única coisa que fazem é prejudicar, pois aquele que está depressivo acaba deixando de procurar os devidos tratamentos, por medo ou até vergonha, já que tomam para si como “culpados” de sentir-se assim, estas falsas crenças só contribuem com o agravamento da patologia.

O fato é que a depressão vai muito além de tudo isto, vai entre a procura permanente de um sentido ou de algo que a faça sumir. Alguns a sentem de forma intensa, como uma dor aguda, que não provém do físico, mas que se expressa no corpo, não conseguem compreender a sua natureza e causa definindo-a como “desconhecida”, se fazendo presente.

Muitos acreditam que a depressão é o mal do século e estima-se que 2020 este transtorno seja a maior causa de incapacitação de pessoas no mundo. A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 300 milhões de pessoas no mundo todo sofrem com este transtorno, considerando que menos da metade realizam algum tipo de tratamento. O número é preocupante, muitas pessoas não tem acesso a informação e até desconhecem o que é a depressão, outros se recusam a aceitar o diagnóstico e consequentemente o tratamento, e há aqueles que não possuem recurso algum para realizar o tratamento.

De acordo com o DSM-V e o CID-10 a depressão é caracterizada como transtorno do humor, com sintomas associados como desânimo, cansaço crônico, irritação e a labilidade de afetos, além de referir-se a um estado emocional persistente sendo por semanas ou até meses, representando um desvio marcante do desempenho regular do sujeito, podendo reincidir periodicamente. Os pacientes com humor deprimido podem apresentar perda de energia e interesse, sentimentos de culpa, dificuldade em se concentrar, alterações de apetite e ideação suicida. Existem outros sintomas que podem levar ao comprometimento da performance interpessoal, social e laboral do indivíduo.

Nem todos irão sentir da mesma forma, nem todos apresentarão os mesmos sintomas e nem todos terão a mesma causa, pois a depressão pode se manifestar de formas menos graves, com sintomas leves ou até moderados.

Para a psicanálise a depressão está associada ao desamparo, a uma complexa e problemática relação com a perda, a falta, ao vazio estrutural e atual do ser humano, e o que isto gera na fronteira do somático e o psíquico, fazendo o corpo reagir com dores e faltas.

Em relação ao tratamento, este deve ter um olhar analítico e singular do indivíduo como um todo, considerando que somos seres biopsicossociais, a terapia deve abranger todas estas dimensões, fazendo-se necessário o trabalho em conjunto e a interação da terapêutica psiquiátrica e a intervenção psicológica. É importante que todos saibam que depressão tem tratamento e precisa do acompanhamento de especialistas, por isso se perceber qualquer sintoma, procure ajuda, você não precisa enfrentar sozinho (a).

E lembrem-se a melhor maneira de combater é cultivar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, incluindo a prática de exercícios físicos e principalmente cuidando da sua saúde mental.


Pense nisso!

Psicóloga Angélica Monteiro

CRP 08/29427


 
 
 

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